domingo, 18 de outubro de 2020

Cinema e Medicina [3]: sobre o filme Quase Deuses

   O filme Quase Deuses sem dúvidas faria parte da lista de filmes obrigatórios a serem assistidos por estudantes de medicina, caso esta lista existisse. Lançado em 2004 nos Estados Unidos, e dirigido por Joseph Sargent, a obra aborda a história real de Vivien Thomas e do Dr. Alfred Blalock, os responsáveis pela descoberta e realização do primeiro procedimento de correção de Tetralogia de Fallot.
   A produção traz, com riqueza de detalhes, todo o processo enfrentado pelos protagonistas para desenvolver a técnica. Vivien, um negro vivendo em período de segregação racial, e Dr. Blalock, um médico enfrentado as limitações burocráticas e preconceituosas impostas por seus colegas de profissão. 




    A fase inicial da obra é centrada nos problemas pessoais de Vivien que, como citado acima, enfrentava um período de segregação racial nos EUA. Contudo, em nenhum momento o personagem age de forma vitimista ou desmotivada, muito pelo contrário, suas atitudes demonstram honra, nobreza moral e perseverança. Além disso, o autodidatismo de Vivien Thomas é admirável. Sua capacidade de assimilar e aplicar fisiologia e anatomia é rapidamente identificada pelo Dr. Blalock, que o incube de responsabilidades e torna-o parceiro de pesquisa imediatamente.
    A persistência da dupla em enfrentar os problemas que não paravam de surgir deixa qualquer telespectador, médico ou não, maravilhado. Cada fala de desprezo e preconceito proferida à dupla era desconsiderada e servia de combustível para mais trabalho e pesquisa. A capacidade de trabalho em equipe é um dos legados deixados pelo filme. Sem o "espírito de corpo", ação conjunta e auxílio mútuo, o processo não seria possível. 
      Apesar de tudo que enfrentou, o exemplo de superação de Vivien Thomas dá ao estudante de medicina um "norte" a seguir nos momentos de angústia e dificuldades: agir com confiança, dignidade, entusiasmo, coragem e, acima de tudo, com vontade. O fruto da sinergia entre essas virtudes o fez ser o instrumento mais importante para a descoberta que já salvou milhões de vidas.
       Bem, resta-me recomendar que assistam ao filme e que deixem suas opiniões nos comentários.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Cinema e Medicina [2]: sobre o filme Mãos Talentosas

  Dando continuidade a nossa série de posts intitulada Cinema e Medicina, hoje abordaremos mais uma obra conhecidíssima.
   O filme Mãos Talentosas foi lançado no ano 2009 nos Estados Unidos, e foi produzido por Thomas Carter. A obra é uma cinebiografia sobre o Dr. Benjamin Carson, o neurocirurgião mais conhecido do mundo por ter sido o primeiro a realizar,  com sucesso, a cirurgia de separação de gêmeos siameses. 
    



   O período inicial do filme é centrado na infância e adolescência do Dr. Carson, o que sem dúvidas não poderia ter sido deixado de fora da produção, pois é uma das partes mais bonitas de sua história. Apesar de ter sido um garoto pobre e com dificuldades de aprendizado e concentração, o fato de ter uma mãe presente, atenciosa e preocupada com o futuro de seus filhos fez com que os remédios para essas dificuldades fossem rapidamente encontrados: um óculos de grau, disciplina e alta cultura. Com leituras obrigatórias semanais, redução dos horários de TV diários e música clássica à vontade, o protagonista e seu irmão tiveram melhora substancial no rendimento escolar. 
   A obra também aborda o processo de estudos e testes que o levaram à aprovação na Faculdade de Medicina e na residência de neurocirurgia. O Dr. Carson em todas as cenas, desde o período de estudos até a fase de residente, demonstra agir virtuosamente, sendo um exemplo de perseverança, confiabilidade e humildade. Perseverança ao enfrentar suas limitações e dedicar-se completamente às suas causas e projetos, confiabilidade ao lidar com os pacientes de maneira honesta e sincera, e humildade pelo modo que lida com sua equipe de trabalho e gerencia suas relações interpessoais. 
   O clímax do filme é o período de preparação e a realização da cirurgia de separação dos irmãos siameses. O processo de preparação é riquíssimo em exemplos de conduta a serem seguidos: paciência, persistência, uso da imaginação, retorno aos livros, etc. 
    Para o telespectador que não é da área da saúde, o filme é uma lição de vida. Para o estudante de medicina, além de uma lição de vida, é uma aula sobre o exercício da prática médica e sobre a vida de estudos.
    Já assistiu ao filme? Conte-nos sua opinião nos comentários.