O livro A Morte de Ivan Ilitch foi publicado em 1886 e foi escrito por Liev Tolstói. A obra aborda um tópico difícil de ser discutido e muitas vezes envolto em silêncio e tabus: a morte. A história relata o declínio do protagonista, um juiz respeitado, após ser diagnosticado com uma doença terminal. O livro descreve as angústias, desconfortos e reflexões de Ivan Ilitch em sua jornada rumo à morte.
Ambientada no século XIX, a obra nos leva a refletir sobre os desafios da abordagem médica relacionadas ao cuidado com o doente. No livro, Ivan Ilitch é descrito como alguém que sempre prezou pela imagem de saúde, levando uma vida aparentemente ideal. Porém, a doença revela-se inevitável e inescapável, trazendo à tona temas como negligência com a saúde pessoal e também falhas na assistência em saúde.
Ao longo da leitura, podemos notar uma lacuna na abordagem dos médicos em relação a Ivan Ilitch. O foco principal das consultas parece ser a eficácia dos tratamentos e o alcance dos resultados, enquanto a empatia e o apoio emocional são negligenciados. Essa omissão ressalta a necessidade de uma abordagem mais holística no cuidado da saúde, levando em consideração não apenas as questões físicas, mas também as emocionais e psicológicas dos pacientes.
A morte de Ivan Ilitch nos convida a repensar sobre a finitude da vida. Como médicos, é nosso dever encarar esse tema com sensibilidade, auxiliando os pacientes a compreender e lidar com seus sentimentos e, quando necessário, a fazer escolhas em relação aos cuidados proporcionais. A obra de Tolstói nos faz perceber que a morte é inerente à nossa existência, e nossa atitude diante dela pode transformar tanto as vidas de quem passa pela experiência quanto a nossa própria visão sobre o propósito da medicina.
Que possamos aprender com a história de Ivan Ilitch e tornar a medicina mais compassiva, abraçando tanto o aspecto físico quanto o emocional dos pacientes que enfrentam a inevitabilidade da morte.
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